AFROfeature – Comemoração da Terceira Semana Africana da Vacinação

De 22 a 28 de Abril, os países africanos vão comemorar a terceira Semana Africana da Vacinação (SAV), uma iniciativa liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e implementada pelos países da Região.

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Durante sete dias, todos os Estados-Membros da OMS na Região Africana – estados insulares, países sem costa marítima e países em regiões costeiras – estarão atarefados na organização de uma série de actividades, incluindo campanhas de vacinação de alto nível e eventos de educação do público e partilha de informação na celebração da terceira edição da Semana Africana da Vacinação.

A cerimónia de lançamento regional será organizada no Uganda, um país que está prestes a introduzir a vacina pneumocócica conjugada no seu calendário nacional de vacinação de rotina para evitar os óbitos de bebés e crianças por pneumonia.

O tema da comemoração da Semana Africana da Vacinação deste ano é “Salve vidas. Previna a Invalidez. Vacine-se.”

“Estamos muito satisfeitos com a elevada e crescente notoriedade da Semana Africana da Vacinação, que representa mais uma oportunidade para vincarmos o poder das vacinas comprovadas que salvam vidas e incentivarmos a vacinação de crianças, adolescentes e adultos contra doenças mortais”, refere o Director Regional da OMS para África, Dr. Luis Sambo.

“Esta parceria, que floresce entre a OMS, governos, parceiros e outras partes interessadas, está a ajudar os países a manterem o compromisso político com a vacinação e a estabelecer alicerces sólidos para uma cultura participativa de prevenção e de promoção da saúde nos Estados-Membros”, acrescentou o Dr. Sambo.

À semelhança das duas edições anteriores da SAV, (em 2011 e 2012), a edição de 2013 irá também ter diversas finalidades: aumentar a sensibilização para o valor da vacinação para salvar vidas; procurar aumentar a cobertura vacinal; alcançar comunidades carenciadas e marginalizadas (sobretudo as que vivem em zonas remotas, zonas urbanas desfavorecidas e zonas devastadas por conflitos com pacotes de intervenções de sobrevivência infantil novos e existente de alto impacto); reforçar os benefícios a médio e longo prazo da vacinação e de outras intervenções de sobrevivência infantil, e ajudar a transformar as vidas de milhões de crianças, dando-lhes a oportunidade de crescerem saudáveis, frequentarem a escola e melhorarem as suas perspectivas de vida.

Outras actividades planeadas por país incluem: concretização de intervenções que salvam vidas (p. ex., introdução de novas vacinas como as vacinas pneumocócica e do rotavírus), suplementação de vitamina A; medicamentos para desparasitação intestinal, distribuição de Mosquiteiros Impregnados com Insecticida de Longa Duração; actividades para ‘recuperar o atraso’, com vacinas de rotina em distritos com baixo desempenho; campanhas contra a poliomielite e o sarampo; e rastreio de crianças que possam não ter sido visadas em oportunidades anteriores e de casos de má-nutrição moderada ou grave.

Os países participantes vão também embarcar em campanhas de mobilização e sensibilização utilizado meios de comunicação tradicionais, modernos e as redes sociais; envolver os líderes religiosos sempre que for pertinente; organizar acções de sensibilização para profissionais da comunicação e profissionais de saúde, entre outros; empreender diálogo comunitário através de debates em painel; reconhecer o trabalho de profissionais de saúde dedicados, através da atribuição de certificados e sensibilizar os supervisores, assim como efectuar visitas de supervisão de apoio aos locais de vacinação. Estas actividades têm um objectivo comum e abrangente: mostrar o poder da vacinação na protecção da saúde pública.

Com a institucionalização da SAV e da dinâmica que esta está a ganhar, as realizações conseguidas durante as duas últimas edições fazem antever maiores êxitos para o futuro. Por exemplo, os registos ao dispor da OMS mostram que, durante a comemoração da Semana nos dois últimos anos, o acesso às vacinas aumentou sobretudo nas comunidades de difícil acesso, com mais de 150 milhões de pessoas vacinadas com a vacina oral da poliomielite em 13 países. Cerca de 1,7 milhões de pessoas foram vacinadas contra o sarampo na Eritreia e nos Camarões.

Convém notar que a Eritreia, que surpreendeu a comunidade internacional de saúde com os seus recentes êxitos em matéria de desenvolvimento sanitário, designou a sua campanha de 2012 como “Semana Nacional da Saúde Infantil, Nutrição e Vacinação” e indicou como um dos seus objectivos a vacinação contra o sarampo de “pelo menos 95% das crianças dos 9 aos 47 meses de idade.” É claro que também os adultos e não apenas as crianças têm a beneficiar com a vacinação, que tem sido descrita em termos globais por peritos de saúde pública como “uma das intervenções de saúde mais custo-eficazes e bem-sucedidas”, que permite evitar entre dois a três milhões de mortes por ano.

“Tanto crianças como idosos só têm a beneficiar com a vacinação”, afirmou o Ministro da Saúde e da Previdência Social da Tanzânia, Dr. Hussein Mwinyi, aos participantes da quarta reunião da Conferência Regional Anual sobre Vacinação, em Dezembro de 2012. “A vacinação é uma componente importante dos sistemas de saúde e uma estratégia fundamental para reduzir a mortalidade infantil, melhorar a saúde materna e combater as doenças. É por esta razão que precisamos trabalhar em conjunto enquanto região para chegar a todas as crianças em África com os serviços de vacinação”, acrescentou o Dr. Mwinyi.

À medida que os Estados-Membros se preparam para comemorar a SAV 2013, o Director Regional da OMS para África, Dr. Luis G. Sambo, manifestou-se esperançoso que através da comemoração anual da Semana Africana da Vacinação, a OMS, os governos e outras partes interessadas venham a contribuir de forma significativa para realizar a visão da Década da Vacinação (2011–2020) de: “um mundo no qual todos os indivíduos e comunidades desfrutam de uma vida livre de doenças evitáveis pela vacinação”.